sábado, 6 de junho de 2015

Espiritualidade e suas expectativas

A busca nao cessa. Tem fases que a calmaria permeia. Mas também, momentos em que, de repente, o tumulto reina.

Para mim, essa busca eh a escolha de um caminho também chamado de espiritualidade - que eh representado por varias estradas, que traduzo como “busca pela essência, pelo Ser”.

Entre idas e vindas, passei por algumas delas – budismo, espiritismo, catolicismo – buscando respostas para as questões como “qual meu proposito de vida?”.

Mas, de verdade, buscava por um manual do bem-viver – “os 365 passos para uma vida física, mental e emocionalmente plena.”
 
Um manual que me desse, passo a passo, o que fazer para ser feliz – ah, e de preferencia, ja traduzido, de fontes seguras eh claro, para o português. E como seriam 365 dicas, eu so teria que colocar, uma por dia, em pratica. E que me desse um antidoto para o sofrimento, que tirasse de vez a minha dor, que me deixasse o tempo todo feliz, de forma plena. So isto.

Algo que me ensinasse a lidar com meu corpo, minha compulsão, minha ansiedade, minhas frustrações.   

Em busca desta resposta, continuava no caminho, mudando de estrada a cada frustração por nao encontrar “a formula magica”.

Em muitas vezes, caminhando sozinha, na compulsividade dos livros, cursos, ia me aprofundando na confusão. E a frustração me afastava cada vez mais daquela estrada, me deixando, em alguns momentos, completamente sozinha e infeliz – sera que nao vou encontrar este manual?

A cada mudança, imperava a motivação de recomeçar, sedenta, a jornada, esperando a cada segundo o ápice, a resposta. O manual.

Com Yoga e Vedanta nao foi diferente – entrei esperando novamente, além da “filosofia com as formulas do bem-viver”, a pratica de uma atividade física que fizesse parte deste manual. Algo que, através das minhas acoes, me fizessem plenamente feliz.
 
Ja tinha ouvido tantas coisas sobre Yoga – que “acalmava a mente”, “que me traria equilíbrio”, “que me deixaria mais zen” – mas eu queria mesmo era a filosofia “do bem viver” que me deixasse cada vez mais longe da dor, que eliminasse, como num passe de magica, os problemas.

So que agora, as descobertas de que eu sou o observador de minhas acoes, de que nao preciso de uma nova experiência, e sim, apenas entender a minha natureza, de que a paz, a calma e a tranquilidade eu ja sou, me mostram que minha nova estrada esta me levando, em essência, a grande resposta : de que nao existe nenhum manual que me trará a felicidade – afinal, em essência, eu so preciso entender que ja sou plenamente feliz!


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