Muitas
“chaves viram” em nossa cabeça, ou seja, muitas experiências que nos levam a insights
e consciências nos conectam ao nosso ser essencial – aquele que simplesmente
eh.
Voltando
de uma viagem de ferias, vivi um dos momentos mais marcantes de minha vida – e
nao foi uma pane na aeronave. Mas sim, uma pane em mim.
Estava
super atrasada para o embarque, o que me obrigou correr para poder atravessar
aquele enorme aeroporto por cerca de 15 min. Além do peso das bagagens, tive que lidar com
os meus 135 kgs.
Quando
cheguei no ponto de embarque, um susto – as sensações físicas de falta de ar, sem folego, sem conseguir
respirar, nao me permitiam me recuperar daquela corrida. Parecia que meu corpo
estava desconectado de minha cabeça, e a sensação de dor no peito me fez pensar
que estava tendo um infarto.
Apos
muita “agua com açúcar”, e as pessoas me ajudando, fui respirando e voltando ao
normal – porem, aquele susto nunca mais me deixou ser a mesma pessoa.
Durante
os quinze minutos da corrida, o foco era apenas chegar ao local a tempo – e nao
sentia mais meu corpo, minha respiração e nem a dor de carregar tanto peso.
Mas
depois de me recuperar, a marca ficou – e o voo de 8hrs. de volta foram
realmente, momentos de tensão.
Ali,
a angustia de ver o filme de 38 anos de vida passarem em flashs de alegrias e
questionamentos, me fizeram entrar em uma angustia profunda – o que estou
fazendo com a minha vida? O que estou fazendo comigo?
Apesar
de estar com toda a família, era como se estivesse sozinha num vazio que me
fazia repensar a cada instante sobre todo aquele episodio, e nao conseguia
conversar nem compartilhar com ninguém o que sentia – precisava, realmente
estar sozinha, mergulhada nas lembranças de minhas experiências, mas
principalmente, naquele episodio de 15 min. de uma linha tênue entre vida e
morte.
Nao
queria morrer, era muito jovem, afinal, tinha apenas 38 anos – mas a dor de
continuar viver a vida que vivia e saber que esse seria meu futuro – a morte –
me fez chorar.
Me
sentia completamente perdida e sozinha, insegura e fragilizada por perceber a
morte tao próxima – por razoes tao obvias - razoes estas que dependiam apenas
de minhas decisões para que algo mudasse – afinal, o que realmente a comida
estava preenchendo em minha vida?
As 8
hrs. me levaram a perambular por profundas duvidas e incertezas, e me senti,
principalmente, muito infeliz. O que vou fazer? Sera que vou ter saúde e me
sentir saudável e bem?
Era
incrível perceber que, apesar dos meus 135 kgs. – estampados na fivela do cinto
do avião, com extensor (algo que realmente atenuou ainda mais minha vergonha e
sofrimento) – eu estava uma mulher “invisível”.
Chorei
copiosamente lagrimas de sangue, porem, tentava ficar em silencio, mas nao
conseguia – minha alma clamava por socorro naquele momento, pedindo que, pelo
amor de Deus, eu realmente mudasse o rumo de minhas escolhas.
Naquele
momento de dor e profundo sofrimento, a “chave virou” – percebi, como se as
pecas do quebra-cabeca se encaixassem – o que tinha que fazer para mudar algo –
ou melhor, para “ser a pessoa que realmente Sou!”. E, a partir daquele
instante, minha essência falou mais alto, dando inicio a jornada de união com a
misteriosa forca do Universo.