domingo, 21 de junho de 2015

A coragem de SER!

Uma das qualidades essenciais para ingressar na jornada espiritual eh ter coragem.

A coragem de olhar para você, de verdade; de olhar os outros além dos personagens; de aceitar tudo exatamente como eh. E com isto, encontrar a tao sonhada felicidade, paz e plenitude.  

Desde que me conheço por gente, venho exercitando minha coragem – eh, porque tenho certeza que ela nao nasceu comigo assim, de bandeja – tive que ir, aos poucos, me apropriando dela.
Iniciei a trajetória de minha jornada espiritual com terapia – algo que, na minha família, era pouco falado, e arrisco dizer, pouco aceito.

Mas estava em um momento, aos 24 anos, que nao poderia deixar tudo pra la – tinha que encontrar um caminho para olhar o turbilhão de ideias, pensamentos, loucuras que moravam dentro de mim, sem pedir licença.

Falava pouco, esperando ouvir da terapeuta o que ela queria ouvir, e ai sim, me colocar – afinal, tinha a pretencao de agrada-la, TAMBEM! Doce ilusão – o silencio, determinado por mim, permeava a sala, o tempo que fosse necessário para eu rompe-lo.

Os trabalhos corporais eram feitos com os olhos fechados – ou melhor, um deles meio entreabertos, para nao perder o controle – afinal, o que eu iria enxergar me dava tanto medo - e assim, tentava controlar cada passo.

Apesar da resistência, existia dentro de mim a coragem – que era exatamente do tamanho que eu precisava para, naquele momento, dar o próximo passo.
Eu precisava acreditar que ia conseguir.


E, a medida que o processo ia se desenrolando, fui me apropriando cada vez mais de coragem, pois entendia que aquele caminho me levaria ao lugar que queria tanto encontrar.  

Com o estudo de Vedanta nao foi diferente – ouvindo as primeiras aulas, algo me chamou atenção – e, por mais uma vez, entendi que deveria experimentar aquele percurso.
Em determinados momentos, quase desisti – mas novamente, movida por acreditar que aquilo me dizia algo, me permiti continuar experimentando.
Essa experiência tem me levado a construir uma nova relacao com as coisas, pessoas e situações - sem rótulos, crenças, roupagens. 

Mas também, a relação comigo vem aflorando a necessidade de me tornar “ninguém”, ou seja, alguém que vive livre de conceitos, julgamentos, rótulos.
Dificil entender? Eu também ainda tenho certa dificuldade de explicar – ainda estou caminhando na minha jornada espiritual, mas hoje digo que sou movida pela coragem, que me permite experimentar olhar para a minha relacao com o mundo de outra forma, completamente livre de achar que a felicidade, a plenitude, a paz, possam ser alcançadas através das pessoas, situações ou coisas. 

Algo que, sinceramente, precisa ter muita coragem para acreditar!

Veja outros artigos em : vedantaonline.org 

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