A
coragem de olhar para você, de verdade; de olhar os outros além dos
personagens; de aceitar tudo exatamente como eh. E com isto, encontrar a tao
sonhada felicidade, paz e plenitude.
Desde
que me conheço por gente, venho exercitando minha coragem – eh, porque tenho
certeza que ela nao nasceu comigo assim, de bandeja – tive que ir, aos poucos,
me apropriando dela.
Iniciei
a trajetória de minha jornada espiritual com terapia – algo que, na minha
família, era pouco falado, e arrisco dizer, pouco aceito.
Mas estava em um momento, aos 24 anos, que nao poderia deixar tudo pra la – tinha que encontrar um caminho para olhar o turbilhão de ideias, pensamentos, loucuras que moravam dentro de mim, sem pedir licença.
Falava
pouco, esperando ouvir da terapeuta o que ela queria ouvir, e ai sim, me
colocar – afinal, tinha a pretencao de agrada-la, TAMBEM! Doce ilusão – o
silencio, determinado por mim, permeava a sala, o tempo que fosse necessário
para eu rompe-lo.
Os
trabalhos corporais eram feitos com os olhos fechados – ou melhor, um deles
meio entreabertos, para nao perder o controle – afinal, o que eu iria enxergar
me dava tanto medo - e assim, tentava controlar cada passo.
Apesar da resistência, existia dentro de mim a coragem – que era exatamente do
tamanho que eu precisava para, naquele momento, dar o próximo passo.
Eu precisava
acreditar que ia conseguir.
E, a
medida que o processo ia se desenrolando, fui me apropriando cada vez mais de
coragem, pois entendia que aquele caminho me levaria ao lugar que queria tanto
encontrar.
Com
o estudo de Vedanta nao foi diferente – ouvindo as primeiras aulas, algo me
chamou atenção – e, por mais uma vez, entendi que deveria experimentar aquele
percurso.
Em
determinados momentos, quase desisti – mas novamente, movida por acreditar que
aquilo me dizia algo, me permiti continuar experimentando.
Essa
experiência tem me levado a construir uma nova relacao com as coisas, pessoas e
situações - sem rótulos, crenças, roupagens.
Mas também, a relação comigo vem
aflorando a necessidade de me tornar “ninguém”, ou seja, alguém que vive livre
de conceitos, julgamentos, rótulos.
Dificil
entender? Eu também ainda tenho certa dificuldade de explicar – ainda estou
caminhando na minha jornada espiritual, mas hoje digo que sou movida pela
coragem, que me permite experimentar olhar para a minha relacao com o mundo de
outra forma, completamente livre de achar que a felicidade, a plenitude, a paz,
possam ser alcançadas através das pessoas, situações ou coisas.
Algo que, sinceramente, precisa ter muita coragem para acreditar!
Veja outros artigos em : vedantaonline.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário